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Mostrando postagens de outubro, 2009

Loucos?!

Como somos loucos e esquizofrênicos. Dentro de meu belo barco olhei para suas velas alvas, um pouco manchadas pela gordura que emana da chaminé da cozinha, e pensei como gostaria um barco maior e mais belo, feito por um artesão teleri de alta linhagem. Ao mesmo tempo, na velocidade que só o pensamento possui, me revi, diante de meu barco, no pier, quando esta nem meu era, e como o desejei, como parecia mais alto e alvo, como parecia perfeito, olhava para mim com cumplicidade e desejo...e hoje estou aqui, ao invés de colhendo os frutos dessa simbiose, me sentindo vazio, precisando de mais, de maior velocidade, de maior poder, tudo por que vi outro que era maior e mais belo. Como somos loucos e esquizofrênicos, eternamente insatisfeitos e cheios de sonhos que seguem sempre o referencial do impossível. Se um homem ganha suados 450 reais como fruto de seu trabalho, um outro que consegue 3.000 de sua labuta, deveria dar-se por satisfeito, mas não é isso que vemos. Tudo é referencial? Como s

desleixo

Segundo Sérgio Buarque de Holanda em Raízes do Brasil, existem dois termos que são "tipicamente" lusitanos e que apenas nós que partilhamos de sua língua temos a compreensão total de seu significado. A forma mais clara de um sujeito se apropriar da cultura de outrem é através da língua, pois esta expressa as formas de ver e pensar de dada sociedade, com por exemplo, para os franceses, não existe uma palavra específica para abraçar, há sim um "fechar os braços sobre alguém", que passa longe do sentido que abraço tem para nós brasileiros. Segundo Dércio Brauna, para algumas tribos moçambicanas, não exite o termo pobre, esse é o correlato em nossa língua de órfão, pois para eles, a "riqueza" esta ligada a ter uma familia para trabalhar conjuntamente e produzir o alimento. Sabendo-se disto, as palavras que são apreendidas e compreendidas por nos de língua lusa são - a já tão batida - saudade, que virou até musica de rock meloso, e desleixo! Nós e apenas nós en

Turambar

Esses últimos dias tem sido no mínimo estranhos para este pequeno navio. Após voltar do porto de recife, vimos que a tripulação se desentendera e se entendera sem que nem o soubessemos. Fico feliz que estejam bem, temo pelas feridas que sempre ficam, e por quem resolveu lutar pelo que não merece, mas fico feliz pela atitude de por fim ao comodismo e buscar o que deseja, é assim que vamos pra frente. Também muita confusão tem acometido este pobre comandante, à pouco nada, agora, muito, mas tanto que temos que escolher o que jogar fora. E isso incomoda. Para quem tanto já sofreu por crer que merecia mais, chegar ao ponto de ter que fazer escolhas de forma a tornar seguras essas vitórias, é estranho, mas necessário. E como toda boa e precisa (entenda-se os dois sentidos que essa possui) decisãoi, essa deve ser tomada logo. E já é bom dar um basta e parar de deixar a maré levar o barco. Assumo para mim o título de Turambar que em alto élfico significa Senhor do Destino. Tomarei as rédeas n