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Mostrando postagens de março, 2011

Notas

para ler ouvindo: http://listen.grooveshark.com/#/s/Going+Under/18alxI?src=5 Um suspiro.... Arco em prumo... Suavemente se deixava levar... O cabelo lhe caia sobre a face... Dormente... O corpo distante de sí próprio, mergulhava seus dedos com uma fúria sombria e lenta. A cada dedilhar, a cada movimento, a cada dobra, a cada nota sua: raiva, contida e transformada em um balanço lento da cabeça que rodopiava, suave, rítmica, hipnoticamente. O braço tenso, tenro, firme! Fazia sua voz brotar, repetida, melodiosa, segura! Os olhos fechados, cobertos pelas pálpebras vermelhas que doíam de tão apertadas. Peito em fogo coração em acelerados passos, corria, transpunha a distância em poucos segundos. O lábio superior tremia no canto direito da boca. Se via diante dela. Mas não havia mais ninguém ali! Seu corpo abarcava o companheiro musical, ele lhe preenchia o vazio? Em uma dança sedenta e sensual, mergulhava. Imergia em seu abraço, percorria-lhe com seus braços, em suas curvas sinuosas e meló

Loja de livros virtual privilegia Maranguape

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A nova loja sabujo.net, mantida por maranguapenses, repassa livros mais baratos do que as grandes livrarias e facilita a vida dos leitores da cidade. “Atenção maranguapenses, chega de se deslocar até Fortaleza só para comprar um livro e, ainda sim, detestar o preço! Com o Sabujo, seus problemas acabaram”. Essa frase resume a proposta do novo site de livros intitulado Sabujo.net. O endereço, criado por três maranguapenses, está no ar há pouco mais de duas semanas, mas já alcançou mais de 800 visitantes. “A ideia é vender livros mais baratos do que a Saraiva e a Cultura e, principalmente, privilegiar os maranguapenses, trazendo as novidades pra cá”, afirma uma das fundadoras, a jornalista Mayara de Araújo. Fazem parte ainda do projeto o professor e historiador Dhenis Maciel e o publicitário Mardônio Andrade. “Somos amigos há mais de dez anos e sempre fomos fissurados em livros. Achamos que muita gente daqui perde a oportunidade de adquirir suas próprias coleções porque não quer ou não po

Fim de tarde

O sol brilhava uma cor rosada, pintando o céu de laranja dando a tarde um ar de adeus. Aproximava-se o fim de mais uma tarde. A cor estranha e melancólica passava pelas venezianas da janela. Mesmo que não quisesse olhar, via através do espelho do guarda-roupas da filha, que a essa hora devia estar se divertindo na praia com as amigas do condomínio. Fugia da luz, fugia do adeus. Concentrara-se na tela preta do computador, preta, fosca, finita. Mas para que: Olhava com olhar de quem vê além, e via. Seu olhar atravessava as portas, as paredes e até mesmo os papéis do calendário. Se via com saudade. Saudade de risos felizes e sorrisos trocados, de confidências sussurradas e carinhos ofertados. Queria mais uma vez falar em amor, em carinho. Em sonhos que tiveram juntos. Sentira a brisa fria, a porta da rua fora aberta. Em silêncio ele se fora. Era hora dele enfrentar a realidade. Atravessara a soleira do quarto. Na cama, ainda de cabelos desfeitos e alça caída estava Júlia, a sua Júlia. Na

As bochechinhas

Os cabelos alvos voavam ao balanço do vento. Eram propositadamente grandes para enganar a calvice que a cada ano se tornava mais intensa. O ar forte percorria-lhe o corpo dando uma sensação de liberdade, que gosto maravilhoso, há quanto não sentia? Sentado via o mundo ao seus pés. Carros passando bem devagarzinho, era um fluxo constante de anda e para. Era como nos dias de antes: ele olhando seus carrinhos de cima, tendo uma falsa sensação de poder, de controle, de compreensão. Aqueles mesmos tempos em que se permitia ser dominado pela autoridade majestosa da mãe. Uma brancosa gorda de quadris descomunalmente desproporcionais, com suas bochechas rosadas sempre apertadinhas por um sorriso que lhe afagava a cabeça e lhe dava tanto carinho....chorava, chorava feito criança, soluçando e chamando pela mamãe. Igual lhe forçaram a fazer dentro do alojamento do exército quando era moleque recém ingresso na vida adulta e achara que na instituição militar viveria rodeado de pessoas que como