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Mostrando postagens de março, 2015

Idiota

Não passa de um idiota. Com seu sorriso largo e sempre aberto. É um idiota de marca maior. Dizem-lhe não, ele escuta um talvez. Mandam-lhe fazer. Ele faz... e ri de ter feito. Falam-lhe que é impossível... e ele acha graça. Para ele existem rótulos, mas eles são só rótulos... Que escondem... lá no fundo, pessoas. Machucam-lhe no agora. Na hora odeia, em cinco minutos esquece, em dez... sorri. O céu ainda lhe parece belo. O sol incrível. Prefere gozar. Escolheu sentir o prazer. Sabe o que é sofrer. Conhece cada palavra de exclusão. Poderia recitar cada uma das negativas... Mas prefere ser idiota. Prefere dizer sim. E sorrir.

Rima

Por mais que ela tente, Não se sente com a gente, No seu peito, com força ela sente, Como é estranho ser diferente, Pois mesmo frente ao sofrimento, Não consegue ser indiferente. Não pode não ouvir o lamento, Daquele pobre e sofrido rebento. Ergue-se com fogo no peito E lhe estende a mão de um outro jeito. É complicado não enxergar, Não ouvir e não ter solidariedade, Vendo tantos a cambalear, Pelas ruas frias da cidade.    

"Fascio"

Olhem para fora dessa sala senhores. O que todos encontraram é nada mais nada menos do que miséria.  Homens e mulheres estendendo as mãos ao vento esperando que alguém tenha um mínimo de pena e lhes jogue alguns trocados. O povo jogará as moedas como sinal de arrependimento pela riqueza que possuem diante da miséria daqueles que lhes suplicam. Sentir-se-ão culpados se não o fizerem.  Quem são eles para simplesmente falarem: "Não, não vos ajudaremos"? Os pobres miseráveis que nada tem não podem receber apenas carrancas.  Se elas tiverem que vir, que venham pelo menos acompanhadas de algumas moedas.   Afinal, somos todos iguais.  O professor soltou uma sonora risada. Ora... Por que sairia o homem de sua situação de miséria e abatimento se tudo que ele precisa lhe é provido pelos outros. E mais ainda. Se esses outros não podem se orgulhar de serem melhores do que eles. Afinal das contas, na falácia da democracia, somos todos iguais.  É o parasita