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Mostrando postagens de janeiro, 2011

Os hinos de vitória

Antes de ler algumas dicas: Ler em voz alta, pausadamente. Coloque a música do link para acompanhar http://letras.terra.com.br/madredeus/152439/ A música, é só a música. Mais um vez ela, alta e forte. Cheia de confiança e poder. Esta maldita música que tanto se repete. Fazem dois dias que ela é entoada sem parar, os sinos da cidade já desistiram de tocar tentando rivalizar com os tambores e as vozes. Até nisto perdemos. Nestes dois dias, não consegui dormir, apenas cochilos leves e assombrados. Meus olhos estão vermelhos, de sono e de lágrimas. Todos estão assim. Todos os olhares encontram-se apontados para uma realidade invisível. Parece que todos ganharam o poder da clarividência quando esta é menos bem vinda. Ninguém queria poder ver diante de seus olhos o espectro do futuro que se avizinha. Mas é inevitável. Minha casa é um cemitério. No início as crianças nos davam uma impressão de que tudo ficaria bem, corriam pelas calçadas com suas brincadeiras inocentes rompendo o silêncio sis

Diários de um sofredor em meio a um mar de burocracia.

Sentei-me na frente do computador totalmente exausto. Olhava para a tela e nada parecia ter graça. A cabeça doía. Os olhos pareciam procurar em todos os lugares da tela algo que motivasse um pequeno sorriso. Mas não conseguia me concentrar, a cabeça pesava. A visão parecia uma televisão antiga, onde aparece apenas um foco de luz no meio, e todo o resto fica embaçado. A única pergunta que conseguia me fazer era: Como um dia que começa bom pode ficar tão ruim? Acordara bem, feliz por ainda estar nas férias. Fizera um bom café da manhã. Ouvira boa música, lera bons textos. Mas ainda haviam pequenos compromissos a serem feitos. Afinal, era melhor fazer tudo agora, antes que o trabalho voltasse e o tempo ficasse bem mais curto. Ah...burocracia, lá vamos nós. Haviam pendências a resolver que só podiam ser solucionadas por telefone. Mas tudo correria bem, já ligara para lá semana passada e acertara tudo, agora ligava mesmo só por descarrego de consciência antes de ir ao escritório com a papel

Depois da tempestade

Os olhos semi-abertos - ou semi-cerrados - viam através de passagens inconstantes e inconsistentes a água lá fora. O calor provocado pelo abafamento das janelas fechadas o incomodara o suficiente para destituir-lhe do sono que tanto queria. - Que droga, justo hoje, não podia. Mas era verdade. Forçou-se a acordar. Ainda estava com aquela sensação de dormência, mas erguera-se, aprumara a coluna e agora não podia mais negar para si próprio, estava chovendo, e bastante. O ônibus estava quase vazio, mas o trocador fechara todas a janela, e passava budejando ao seu lado com uma flanela enchugando os bancos molhados por janelas que os passageiros "sem-querer" deixaram abertas. Bem, tinha que se arrumar para descer, no meio daquele temporal...por Deus... Bem, ainda faltavam umas seis paradas, então, nada melhor do que torcer. Ah, e quer saber, deveria ser contratado como torcedor oficial de qualquer time do Brasil, por que deu certo. Quando chegou a sua parada o céu ainda estava nubl

Alberto

Estava mais uma vez perdido em meio a lágrimas, não sabia mais por que chorava, e isso lhe fazia chorar. Esses últimos dias lhe foram cáusticos. Alberto nunca gostara de tomar decisões precipitadas, sempre fora um cara calmo e calculista - no sentido positivo da palavra - raciocinava várias vezes antes de qualquer decisão. Talvez por isso tenha ficado para trás em muitas situações, talvez por isso tenha deixado de experimentar coisas, conhecido pessoas. Mas se engana quem pensa que ele não era feliz. Tinha amigos, uma namorada de quem todos os amigos gostavam, por que era forte, mas não deixava de ser meiga. Tinha um emprego bacana, apesar de querer mais. Tinha uma família legal, que já passara por poucas e boas, mas continuava alí, unida, ao invés de se deixar levar pelo primeiro vento de mudança. Enfim, era feliz; tinha tudo para sê-lo. Mas estava lá, mais um vez perdido em lágrimas, e mais uma vez se odiava, por que parecia ingratidão, parecia fraqueza. - tô indo. Alguém batera na p