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Mostrando postagens de fevereiro, 2011

Pedalada sertaneja

Vinha pedalando feito louco. Gritava desembestado, rasgou a garganta até fica rouco. Chorava feito bezerro desmamado, totalmente indignado. O qué que podia fazer? Nada, e esse nada lhe doía, bem fundo lá peito, era uma dor danada de rachar o coração. já manchara seu pulmão de tanto esperniar. Ouvira um não, bem grande, daqueles que ficava a ecoar. soando dentro do juízo. Ele agora a pedalar. Vinha vuado, mais ligeiro que uma bala. Era buraco quebra-mola, tudo que tivesse na frente. Passava sem ver nem prédio e nem gente. e nessa barruou. Eita pau. Todo duido olhava pros braços, todo ralado, rasgado e desconcertado quando vira que acertara uma muié. Um flor de menina linda, mesmo toda assanhada. Se levantou esbaforada querendo satisfação. Totoim agora sabia. O sofrimento tinha motivo, e no meio da dor se levantou do chão sabia agora que era praquela menina que tinha que dar seu coração. Ela era meiga e suave, mas quando se emputava parecia chuva com trovão. Se agigantava, gritava, esper

Papel de pão.

Continuava lá na mercearia do pai, cabelos avermelhados, parecendo ferrugem caindo em meio a anéis bem feitos sobre os ombros quase nus, cobertos apenas pelas finas alças do vestido de chita que usava sempre que estava em casa. E a mercearia era bem um pedaço da casa, o pai assim que chegara na cidade transformou uma antiga garagem em ganha pão. - Katrina, Katrina? A moça acordou do sonho que sonhava acordada, mais uma vez. Tinha se tornado mais frequente a cada ano que passava. Atendia mais um jovem que queria algumas balas e um litro de leite. Dinheiro pra cá, produtos pra lá, mas ele resolveu ficar mais um pouco, puxar papo, nada demais. Até que de dentro da casa, veio, feito rottweiler o velho Dimitri Kornikov, vinha vermelho por detrás dos bigodes grandes e pretos pintados que mantinha sempre brilhosos com cera. De imediato o rapaz se despediu, mais um.... Katrina Ielena Kornikov, contava agora 17 anos, nascera e se criara nessa cidadizinha do interior do Brasi

Textos antigos - Revista Ameríndia

Venho só para postar aqui o link de dois textos meus, bem antigos, publicados na revista Ameríndia, que é uma revista produzida pelos alunos da graduação em história da UFC e que era coordenada pelo excelente professor Gerson Ledezma, que não está mais na instituição, mas que deixou esse belo legado. http://www.amerindia.ufc.br/Amerindia/index.php?option=com_content&view=article&id=67:brunov1&catid=34:vol1&Itemid=55 - Neste, debato sobre o processo de independência da américa espanhola percebendo o papel dos indígenas e as estratégias dos criollos. http://www.amerindia.ufc.br/Amerindia/index.php?option=com_content&view=article&id=140:test&catid=38:vol5&Itemid=55 - neste outro, penso sobre a cosntruçao da identidade e o movimento cocaleiro na Bolívia. Particularmente acho bem escrito e bastante sensível. Agradeço a atenção de todos! Agora voltemos a programação normal.

Os hinos de vitória - parte II (os senhores da guerra)

É chegada a hora. O medo já passou. Há anos incontáveis observávamos temerosos os muros altos e grossos, as pontas de lança iluminadas no alto das torres de vigia. Tinhamos medo, já não temos mais. Foram séculos de pavor e exploração. Pagavamos mais e mais, e sempre havia mais um imposto, uma taxa, um suborno. Nossas crianças eram levadas, nossas mulheres exploradas, nossos homens abusados e degolados. Já não havia memória de paz em toda a terra. Chega! Já acabou! O medo já não é mais nosso. Aqui estão homens a espera, todos unidos ao destino desta terra. De nosso sangue nascerá um mundo novo. São. Extirparemos a doença, acabaremos com o câncer! A cidade queima! E aqui fora, cantamos hinos de vitória! Nós, os senhores da guerra!