Faça-se a vida...
Que fim terá levado a traída Bárbara? Para onde foram o Alberto, a Bia, os amores narrados e nunca conclusos, em que lugar andaria aquele coitado de quem riram na escola? A merda no meio da sala terá sido lavada? Viu-se no meio de um mundo de personagens e narrativas. Percebia que bastava uma simples vontade comprimir as teclas corretas e uma vida poderia se esfacelar como o vidro do carro ao tocar da mão, bastava seu querer e o homem desistia de se jogar do alto do prédio para tentar recomeçar, mas onde estaria? Teria ele enfim se redimido, comprado o apartamento e buscado desfazer tantos males? Percebeu-se um irresponsável. Dera-lhes vida. Por um breve instante lhes deu toda a atenção. Todos os outros ficavam de lado para que um novo pudesse surgir... Sentiu-se déspota. Teve saudade e pena de cada um... Por fim sentiu medo. Era mais seguro nunca mais escrever. A escrita lhe tornava um aprisionador de palavras e de sujeitos possíveis.