O arqueiro
A cena era fenomenal. As flechas preenchiam toda a parede lateral da casa. Algumas ainda fixavam-se ao longo do jardim. Os soldados entraram pisando leve mas falando alto. Tremiam de medo. Estavam no território de alguém impressionante. Ouviram o rangido da cadeira de balanço. Podiam vislumbrar a silhueta do velho homem que segurava o arco no colo. Ao seu lado, uma criança pequena olhava atento para ele. Com um pequeno movimento todos os soldados correram desesperadamente. Enquanto isso, o velho ergueu mais uma vez o arco. Mirou contra um espaço vazio da parede. A flecha cortou o ar e repousou com força contra o muro de taipa. O garoto correu com dois baldes, rapidinho pintou dois círculos vermelhos e azuis. Pronto, mais um alvo perfeito. - E é assim meu neto que sempre alcança os sonhos, não traçando meta alguma.