(In)Tangível
Era linda. Era incrível. Lembrava a mulher que pintava naqueles rabiscos no caderno. Era aquilo que queria. Amava o sorriso. Deslumbrava-se com o olhar. Encantava-se com o suspiro concentrado. A pele arrepiava sempre que estava próximo e sentia o vento quente que lhe saia das narinas. Ele era inteligente. Era muito boa pinta. Chegou tão cedo e mostrou que era tudo aquilo que podia esperar de um alguém. Adorava o riso fácil que ele tinha. Achava incrível como ele se concentrava em tudo que ela lhe dizia. Os abraços sempre bons faziam com que as chegadas e as partidas fossem sempre aguardadas, mas sempre as primeiras mais que as segundas. Foram um do outro. Ela sabia que era ele. Ele soube que era ela. Mas um quis quando o outro não queria. Ela quis quando ele não podia. Nunca foram, mas sempre puderam ser.