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Mostrando postagens de dezembro, 2011

A pracinha.

O cabelo caía-lhe na testa de forma charmosa. A blusa abotoada nos punhos dava-lhe um ar de homem sério. O óculos grande mostrava sua intelectualidade de quem tinha um brilhante futuro pela frente. Sapatos amarrados. calça novinha. Estava pronto. Ao calor das quatro da tarde saia de casa em direção a pracinha do bairro. O sino da igreja lhe dava a noção do tempo já que o relógio estava coberto pelas mangas da roupa... Um sinal. Nunca reparara como a praça era bonita. Tinha tantas florzinhas multicoloridas, o chão perfeito para a sua paixão. Pequenas borboletas passeavam de planta em planta tornando o cenário ainda mais magnífico. Um gato bolava pelo meio das plantas. As luzes começaram a acender. Antes estava acompanhado de um único bêbado na praça, agora um grupo de roupas pretas e cabelos alisados sobre a testa tomavam o coreto central da pracinha, resolvera mudar de banco, eles pareciam rir dele. Cinco voltas e meia, e seis badaladas, foi o que precisou para entender. O cabelo dáva-

Espera!

Era noite, fria, mas sem vento. Do décimo quinto andar conseguia ver as luzes das ruas, os carros que mesmo na madrugada ainda teimavam em passar. Enrolado no lençol, pensava nela. Sentia-lhe o cheiro. O suor que escorrera-lhe do corpo, misturou-se com o perfume e deixou uma fragância única impregnada no pano da cama onde a poucou foram felizes. Ele plenamente. Há meses sonhava com ela. Tinha observado a garota por todo o ano letivo, e agora conseguira o que queria, mas queria mais. Queria-a novamente, e novemente, e novamente... Ela disse não posso. Enfiou-lhe o dedo na cara e disse que tudo estava errado. Ele não conseguia entender. Estavam juntos, estavam felizes, era o que tinha que ser. Saíra correndo do apartamento. Ainda despenteado ele correu, saiu da porta com a blusa ainda pela metade da barriga. Ela esperava, impaciente e pensativa o elevador. Sentiu sua aproximação. Com um olhar disse basta. Muito mais que gritos e braçadas, ela lhe olhou, e ele entendeu. Ela precisava de u

O sono.

Arrastou a mão pelo rosto para limpar a baba que escorria do sono ébrio. Sentiu a barba mal feita, a mais de mês não sabia o que era uma lâmina. A mente ainda turva. O corpo suado, ainda nu sobre os lençóis molhados de suor, mesmo do lado do ventilador Arno de pazinhas azuis do paupérrimo e minúsculo quarto em que se encontrava. Lentamente a cabeça retornava ao local. Esfregou os olhos vermelhos de álcool. Os pés sentiam o chão de cimento queimado esperando por uma vassoura, que certamente viria ao amanhecer, quando o movimento da casa amornasse. Persistia ao longe um som bonito e cadenciado de uma sanfona harmônica, dois outros três vozes trôpegas acompanhavam o som melodioso do já embriagado maestro. Ainda suado e babado vestiu as puídas peças de roupas que estavam no chão, ao lado das roupas miúdas de sua acompanhante que não estava mais lá. Não teve coragem de olhar. A íris já se acostumara com a escuridão quebrada apenas pela luz fraca e amarela do poste que entrava por uma b