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Mostrando postagens de outubro, 2011

Jonnhy era um homem legal.

Catherin ficou muito apreensiva quando o pai chegou com a notícia, estava prometida para um homem que nunca vira na vida, mas que tinha dinheiro suficiente para convencer o pai de que daria um bom futuro para a única filha dele. Consternada e contrita subiu ao altar. Surpreendeu-se de como ele era belo e forte. Os cabelos loiros caiam pela testa em um penteado que dividia os fios ao meio, a barba rala e por fazer dava um aspecto de trabalhador e ao mesmo tempo de machão. E ele era. Impressionou-se como todos na pequena cidadezinha do oeste americano respeitavam seu novo esposo. Sempre o cumprimentavam, os presentes foram tantos que ela demorou uma semana para terminar de abrir todos e coloca-los em algum lugar dentro da casa grande e maravilhosa em que agora morava. Tiveram cinco filhos, ele não dava descanso para Catherin em nenhum momento. Era presença garantida na cama da esposa mesmo quando a barriga já estava crescida. Ah, e como era bondoso com ela, dava-lhe tudo do bom

Morreu Carlos...

Eram duas horas da tarde quando a musiquinha do plantão da tv tocou. Morreu o deputado Carlos Cavalcanti, 62 anos, trinta deles dedicados a vida pública, passou por cinco presidentes, exerceu cargos de chefia em várias estatais, por três vezes fora ministro nas mais diversas pastas... Comprara um palacete no interior do estado, tinha mais de quinze processos nas costas, fora visto com pelo menos cinco prostitutas no paraíso fiscal a dez anos atrás sem falar que depois descobriram que tudo fora pago com dinheiro publico, desviou verbas da merenda escolar. Já vai tarde. Horrorizada, Maria Helena, no auge de seus cabelos brancos olhou para o filho, com um ar atônito de quem havia acabado de intender tudo. Já vai tarde este filho de uma puta. Abraçaram-se, juntos abriram a Sidra que estava guardada para o fim de ano. Não foram os únicos, conseguiam ouvir fogos na rua. A polícia fora mandada para intervir. Cacetetes argumentaram com bastante eloquência. Silêncio, afinal o país estava de lut

Miopia! ou A beleza de um Atari.

Queria eu ser míope. Queria ver tudo igual a um borrão, Por que assim, todos seriam iguais, não haveriam nem bonitos nem feios, nem héteros nem homossexuais, não haveriam cabelos da moda e cortes ultrapassados. Haveria ainda algumas diferenças, essas não poderia apagar. Talvez sejam ate mesmo necessárias para fazer o mundo ser divertido. Quem sabe, se a vida fosse um jogo, não igual a esses moderninhos de computações gráficas perfeitas ou simulações realistas. Seria bom se a vida fosse um grande Atari, onde todos fossemos bonequinhos e três ou quatro pixels, ai queria ver se ainda teria tanta gente se matado e se odiando... Querem tanto me fazer ver... me dizem tanto para abrir o olho, acho que o melhor seria fechá-los e não ver nada, so sentir. Sentir o calor de meu amigo, a voz afável de meu irmão, o carinho de minha namorada, o companheirismo de meus colegas. O vento frio e o calor do sol, pronto, só isso, sem tantos detalhes, sem tanto disse me disse ou chororô, só se