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Mostrando postagens de abril, 2013

Democracia moderna e antiga e nova e velha e...

- Sua postura é inadmissível. Como você acredita que poderíamos compactuar com suas ideias? Tenha a dignidade de sair e fechar a porta atrás de você! - Não o farei. Por que deveria me retirar se defendemos aqui um espaço plural para debatermos ideias? - Hahaha, você me faz rir tentando usar o argumento do diálogo para se justificar. Dê-se o respeito rapaz.  - Ainda não ouvi nenhuma resposta...  - E nem vai ouvir, por que eu perderia meu tempo ou gastaria a minha saliva com alguém intolerante como você? - Tem certeza que a intolerância é minha? - Com toda a certeza, você representa a sociedade machista, atrasada e preconceituosa, é você quem vem a séculos marcando com sua intolerância a nossa história a ferro, fogo e sangue. Você quem levou tantos dos nossos a serem escorraçados em praça pública, você quem nos humilhou durante tantos anos e agora que estamos tentando conseguir nossos direitos você vem nos ofender como uma forma de garantir seu status quo! Criado a pão de ló por um

10 dias, 10apego, 10apareceu...

Fazia dez dias desde que ela dera notícias pela ultima vez. Mais do que isso, essa dezenas de sois se passaram sem que ela atendesse suas ligações. Tudo bem, não ligou tantas vezes assim, não era nenhum maluco desesperado. Ligou três vezes, nas três ouviu o telefone chamar até a ligação cair. Tinha certeza que ela estava do outro lado do fone, olhando a luz acendendo e apagando da chamada e pensando se valia ou não a pena atender. Criou mil desculpas. Não acreditava em nenhuma delas. Sabia o real motivo, mas não queria acreditar. A ficha só lhe caiu quando viu que no perfil do facebook já não eram mais amigos. Franziu a testa por uma fração de segundos quando leu a caixinha verde: +1 Adicionar aos amigos. Como posso adicionar alguém que é meu amigo? Ou era, sei lá... Ligou mais uma vez precisava ouvir aquilo que já sabia ser a verdade. Cada toque aumentava nele o misto de angustia e raiva! “- Merda!” Desligou antes da maldita secretaria eletrônica mandar de

Ossos!

Caminhava lento sobre as pernas finas e cheias de varizes. As costas curvadas e doloridas. O latejar das juntas das costelas lhe fazia arfar de dor a cada passo. Os olhos murchos e grelados de tanto ceticismo olharam descrentes para a figura a sua frente. Corria ensandecida, saltava e cobria abismos. Rodopiava como pião recém-lançado. E com graciosidade passou ao seu redor. Ele mal conseguia terminar de virar suas doloridas costas para procurá-la e já ia ela pra outro lugar. A visão dela lhe provocou ânsias de vômito. Sentiu a garganta contrair, o peito arfou uma, duas vezes, os olhos ficaram vermelhos pela pressão que subia. Vomitou! Litros e litros escoraram-lhe pela boca, via pedaços do que comera, do que bebera, do que já ouvira, do que sentira, vomitara tudo aquilo que já fora. Por ela. Renunciou a si mesmo, a todas as lembranças e crenças a que havia se prendido. Fora amargo, fora dolorido. Mas agora era livre. Saltou

Eliara/ Mariano

Cabelos lambidos e de lado, fardas postas, lancheira cheia. Opa, o cheiro de café subiu. Correu, fechou o fogo, colocou tudo dentro da garrafa que já tinha lavado com a água quente enquanto os meninos estavam no banho. Bora meu filho, come tudo, isso Belinha, não deixe nada. Corta dois pães carioquinhas, separa o queijo e o presunto, coloca a xícara emborcada sobre o pirex. Dá mais uma conferida no quarto. Ainda dorme. Piiiiiiiiii. Sai da frente... Ai meu deus, da amanhã e essa escola não chega... Tá maluco???!!! Quer morrer motoqueiro, prestenção!!!! Arruma o cabelo, enxuga o suor do rosto, da dois beijos nos meninos e vai pro trabalho. Teclado, relatórios e facebook. Conversas, piadinhas e opa, tem que pagar essas contas. Mais uma vez teclado, um sorriso no canto do rosto. Taxi. Cama. Sussurros. Gemidos. Taxi. Piiiiiiiiiii.... ai Jesus, não tem mais hora pra engarrafamento no diabo dessa cidade não. Esquenta as orelhas do