Eliara/ Mariano

Cabelos lambidos e de lado, fardas postas, lancheira cheia.
Opa, o cheiro de café subiu.
Correu, fechou o fogo, colocou tudo dentro da garrafa que já tinha lavado com a água quente enquanto os meninos estavam no banho.
Bora meu filho, come tudo, isso Belinha, não deixe nada.

Corta dois pães carioquinhas, separa o queijo e o presunto, coloca a xícara emborcada sobre o pirex.
Dá mais uma conferida no quarto. Ainda dorme.

Piiiiiiiiii. Sai da frente... Ai meu deus, da amanhã e essa escola não chega... Tá maluco???!!! Quer morrer motoqueiro, prestenção!!!!

Arruma o cabelo, enxuga o suor do rosto, da dois beijos nos meninos e vai pro trabalho.

Teclado, relatórios e facebook.

Conversas, piadinhas e opa, tem que pagar essas contas.

Mais uma vez teclado, um sorriso no canto do rosto.

Taxi. Cama. Sussurros. Gemidos. Taxi.

Piiiiiiiiiii.... ai Jesus, não tem mais hora pra engarrafamento no diabo dessa cidade não. Esquenta as orelhas do prefeito, aproveita a solidão pra xingar!

Beijinho. Ô meus amores, foi tudo bem? O que aprenderam hoje?

Galinhas pintadinhas, pintinhos amarelinhos, massinhas de modelar e ô que lindinho meu amor, é a mamãe? Adorei, quando chegar em casa vamos colocar na geladeira.

Ufa, chegou.

Água, toalha, perfume.

Casa pra arrumar, louça pra lavar, jantar pra fazer. Chave na porta.

Oi meu lindo, tudo certo no trabalho? Beijo, tapinha na bunda e olhar safado.

Jantam, conversam, veem a novela juntos.

Cama, luz apagada, corpos encontrados, sono.

Escuta o ressonar dela... Sorri sozinho.
Estava feliz, e não tinha por que não estar, tinha a mulher perfeita. O amava, cuidava dele, era boa com os filhos, tinha uma boa conversa e não lhe negava na cama. Era feliz, e como!

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