Dama da noite
A mulher passou-lhe o pano no traseiro. Suavemente limpava o melado que o homem havia deixado. Era o quinto da noite. E todas as noites eram assim. Pelo menos desde quase sempre. Tinha poucas lembranças de antes disso. Lembrava de folhas, de outros, de tiros, muito barulho e confusão. E todas as noites passaram a ser cheias de cheiros, de homens e de melado. Entre um e outro ganhava um pedaço de açúcar e duas bananas. Mas teve que se acostumar a pintar a boca e por um cheiro, eles pareciam gostar mais assim. Aprendeu a por um cigarro na boca. Ganhava mais banana quando os homens sorriam. A confusão encheu a casa. Um grupo de vinte homens invadiu o lugar. A correria de peles descobertas por todos os lados. Homens de calças arriadas pulavam pelas janelas mas logo eram detidos pelos outros homens armados. Os sons, as roupas e os objetos que os homens tinham nas mãos lhe levaram de volta a ultima vez que vira sua mãe. O desespero tomou conta de Polly. Lançou as patas cont...