Temistocles Alberto de Bragança Segundo
De dentro do quarto conseguia ouvir o barulho rítmico das ondas batendo nas rochas logo adiante. Perfumou o corpo nu enquanto olhava-se lascivamente no espelho. Esfregava as gotas borrifadas para deixar o odor mentolado uniforme. Ao acariciar o corpo sentiu-o aquecer por dentro com um desejo súbito. Gostou da ideia. Amou a ideia. Ainda despido percorreu o grandioso loft em que estava, olhou para a mobília cara, toda feita em madeira de lei e coberta por travesseiros de penas de ganso. Os entalhes em estilo rococó da moldura superior do sofá chamaram-lhe a atenção. Por um segundo chegou a desviar o olhar o espelho que havia na parte superior do móvel, deslumbrava-se mais uma vez. As entradas estavam ficando maiores, mas davam-lhe um ar charmoso. Duas rugas se sobressaiam as últimas correções feitas cirurgicamente. Nada demais, mas por uma fração de momento sentiu-se desvanecer, mas fora tudo um momento, uma ilusão. A barba meio grisalha que emoldurava o rosto tantas vezes premiado e há tantos anos louvado por jovens senhoras e pequenas donzelas que o assistiam pelo outro lado do tubo televisivo e o tinham como sonho de consumo fez com que ficasse rígido novamente.
Confiante saltou a frente. Ela estava encostada da grade de metal e vidro na varanda. Cobria-se apenas com um fino roupão de seda branca, que a luz do sol deixava contemplar as curvas do corpo. Que curvas? Já não havia, estava flácida, estava velha.
Haviam alugado o luxuoso apartamento para comemorar o trigésimo aniversário de casamento. Lembrou-se dos flashes, das capas, dos gritos histéricos das fãs na porta da igreja, recordou até mesmo da maluca que fora para a porta da igreja vestida de noiva na esperança de que no último momento ele desistisse de tudo e se casasse com ela. Sorriu com o canto da boca. Mas os olhos de novo voltaram a ver o que tinha defronte, o vislumbre do corpo idoso da esposa que por tantas vezes traíra era demais.
Abraçou-a ternamente. Quando sentiu seu corpo amolecer, decidiu-se. Era demais.
Jogou-a por sobre a amurada.
Confiante saltou a frente. Ela estava encostada da grade de metal e vidro na varanda. Cobria-se apenas com um fino roupão de seda branca, que a luz do sol deixava contemplar as curvas do corpo. Que curvas? Já não havia, estava flácida, estava velha.
Haviam alugado o luxuoso apartamento para comemorar o trigésimo aniversário de casamento. Lembrou-se dos flashes, das capas, dos gritos histéricos das fãs na porta da igreja, recordou até mesmo da maluca que fora para a porta da igreja vestida de noiva na esperança de que no último momento ele desistisse de tudo e se casasse com ela. Sorriu com o canto da boca. Mas os olhos de novo voltaram a ver o que tinha defronte, o vislumbre do corpo idoso da esposa que por tantas vezes traíra era demais.
Abraçou-a ternamente. Quando sentiu seu corpo amolecer, decidiu-se. Era demais.
Jogou-a por sobre a amurada.
Ei, gostei não! Ouura mais, jogar a mulher do prédio só porque estava velha? kkk
ResponderExcluirTexto muito bom, surpreendente! E revoltante.
Ah, e machista também.
ResponderExcluiresse é o Temistocles, não eu. hehehe
ResponderExcluirmas assim, a viajem dele é um pouco mais profunda, a esposa é um simulacro da decadencia que ele nao suporta e por ai vai.
Eu sei rapaz. tu lá escreveria alguma coisa superficial, por acaso?
ResponderExcluirehehehe, as vezes ate penso nisso mas ai não dá...não dá!
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