O demônio de Roberto.

- Ah Roberto... saí daí... tá todo mundo te esperando lá fora...
Do outro lado da porta, com as costas encostadas na madeira, Roberto respondeu: - tão lá nada mulher, nem reparar que eu saí eles repararam.
- Roberto... pelo amor de deus rapaz...você derrubou metade das garrafas de cerveja da mesa...
(silêncio entrecortado por soluços)  -deixe de cena e vamos pra lá...
- Você sabe que eu não posso... eu... eu não sei nem porque vocês convidaram ele...
- Ele é seu pai Roberto... vocês não se veem a anos... O que custa fazer esse esforço... tava tudo indo tão bem... vocês estavam lá conversando meu amor... que besteira é essa...
- Você sabe... ele foi embora, quem está aí não é mais meu pai...
- Roberto... você já é um cabravéi, olha sua idade... vai ficar deixando um negócio desses acabar com sua festa.

Abruptamente a porta abre, do outro lado, o homem com os olhos inchados e vermelhos, com a roupa amarrotada e um pouco de catarro escorrendo pela barba branca fala:

- E desde quando os demônios envelhecem, Dôra.... desde quando?  

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