O mártir - final.
Era uma manhã de sábado. As folhas das árvores caiam intensamente. Era outono, o inverno já se anunciava com força. Logo as ruas de Roma estariam um pouco menos habitadas pelos eternos mendigos que davam a cidade um som ininterrupto de moedas batendo contra canecas. Por enquanto ainda resistiam. Muitos nem sequer repararam no ser cambaleante que percorria as ruas que davam para o palácio imperial. Tantos outros seguiam o mesmo caminho. Era dia da justiça de Júpiter. O imperador ouviria alguns reclamantes até se aborrecer e colocar algum magistrado para resolver os problemas mais simplórios como sempre fazia. Cada um que entrava no palácio levava algum presente para Maximiano César. Não que ele precisasse. Nada lhe faltava, era o senhor do mundo. Por isso mesmo receberia os presentes, não por precisar mas sim por merecer. Setenta e duas pessoas foram admitidas pelos guardas dentro do cercado que separava a praça das escadarias onde o deus romano atenderia aos miseráveis que lhe...