Caleidoscópio - parte final
Sentiu o gosto de sangue na boca. Cuspiu o liquido vermelho no tapete que cobria o chão da sala velha. Tentou levantar, sentiu o corpo inteiro dolorido. Sentiu suas entranhas rasgadas. Apalpou-se lentamente sem saber se queria ou não identificar o que provocava aquela dor lancinante. Mas teve de deparar-se com a dura realidade. Estava nua, ou, melhor dizendo, tinha ainda dois ou três trapos de pano mas que nada cobriam. Os dedos machucados esmiuçaram a haste de metal e enfim se deu conta, o maldito Alex havia lhe enfiado um castiçal no cu. Com dificuldade levantou-se, mas nem chegara aos primeiros passos e seu olhar, já se acostumando com a penumbra viu a poltrona maldita em que ele sempre estava. Teve medo. Chorou sozinha. - Até que enfim a vagabunda acordou, pensei que não fosse mais se levantar. Você deve ser maluca de vir aqui ainda suja de sua noite de safadeza para manchar a memória de meus pais. - Não, eles nos queriam juntos, eles nos ...