Pedro, Pedro, Pedro, pedra, pedreira, pedregoso, prendado, perigoso... perigoso, perigo, perigo, perIGO, PERIGO, socorro, SOCORRO, SOCORRO! O safanão que tomou só atormentou mais a mente divagante. Sentia-se em perigo e o perigo era real. A mão do agente manicomial batia com um peso único. Eram escolhidos entre os mais brutos para cuidar da ala dos alienados. A figura esquia, bigoduda e com um cachimbo na boa apareceu pouco depois atrás do homenzarrão, como uma sombra vigilante. Com a ponta do cachimbo mostrou a direção: - Leve o louco para o choque. Tiras de couro fechadas por fivelas metálicas prendiam o seu corpo, não conseguia se mexer, por mais que insistisse. Sentiu o frio cáustico da cuia de metal que colocavam sobre sua cabeça. De soslaio pode ver na outra ponta da sala o velho barbado. Sua barba era alva como a neve dos alpes suíços, tão próximos da Áustria onde estava... sim, não tinha porque temer, não estava mais no Brasil, eles não iriam mais tentar matá-l...