O grito do silêncio.


Dizia Tucídides que "O silêncio deles é uma eloquente afirmação." Alguns milhares de anos depois, o americano Jack Kerouac cria que "o silêncio em si é como o som dos diamantes que podem cortar tudo!"

O silêncio lhe parecia sábio, o mais sábio a se fazer, mas eis que se depara com Carlos Ruiz Zafón e a ideia de que "O silêncio só é necessário quando não se tem nada de válido a dizer. Ele faz com que até os idiotas pareçam sábios por um minuto." Estaria fingindo-se de sábio, estaria escondendo-se atrás do muro das lamentações? Ou melhor, teria ele ido para dentro do muro? Nunca estivera em cima dele, sempre teve suas próprias opiniões. Mas, estava disposto a brigar por elas? 

Quantas vezes decidiu gritar de pulmão cheio?

Quantas vezes precisou gritar até a garganta sangrar?

Por que temer?

O que poderia ele dizer que não deveria ser dito?

Nunca falara de nada que não conhecesse ou não acreditasse.

Temia o confronto?

Dizem os acadêmicos que é da diversidade das ideias que se elaboram os melhores caminhos.

Hegel falava em tese, antítese e síntese.

Mas não podia deixar de admitir que se encantava com Michel Serres e seu elogio a liberdade pacifica. Não lhe agradam as autoestradas, os rótulos, a divisão do mundo em caixas próprias da concepção de mundo e de logos filha dos cartesianos.


Contudo... sempre existirá um porém.

Por que se importa?

Precisa da concordância para alguma coisa?

Por que não apenas seguir seu caminho, sendo, querendo, buscando, sentindo...
autonomamente, instintivamente...

Dizia Neruda: não há silêncio que não acabe.
Ousaria dizer: existe silêncio?
Uma boca calada não significa a ausência do turbilhão.

Era hora de deixar o furacão sai?

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