Venom

Peço perdão, pois não serei hoje, um comandante de um navio alvo, que singra mares de forma corajosa e intensa...hoje serei eu mesmo, triste, fraco, com medo e com os olhos rubros de medo e angústia...sei que muitos poderão pensar ser um exagero, mas hoje fui deixar um amigo, a quem amo, e que tenho a honra de conhecer a 13 anos no hospital, e não sei se ele volta.

Engulo em lágrimas essa palavra, mas é verdade.

Eu era uma simples criança quando o conheci, cheio de medos, e ele me ensinou a vence-los, a me permitir ser feliz e aproveitar o carinho que tinha pra me dar....

Muitos vieram e se foram espontâneamente de minha vida, mas ele ficou.
Os colegas de escola, a quem jurei fidelidade eterna e amizade duradoura se foram...nem sei onde vivem, qual o estado civil...nada. Mas ele ficou.
O amor veio e se foi diversas vezes, em brigas ora rápidas, ora vagarosas como floresta depois de um incêndio...Ele ficou.
Juntos vivemos momentos turbulentos, narcóticos, alcoólicos e destemperados que aparecerem em nossa vida,...vimos um padre ser gerado, gestado e parido....vimos um farmacêutico dar seus primeiros passos...e ele sempre esteve aqui....

Ele me viu criança...
Me acompanhou jovem...
E me contemplou hoje, adulto...
Assistiu cada uma de minhas vitórias, na academia, e no Amor....

Hoje pensar que ele não estará mais aqui amanhã faz parecer que o futuro é frio e perigoso...porque ele não estará aqui...

Eu o amei, eu o amo...
ainda existe vida!
talvez essas minhas palavras percam sentido no próximo telefonema do hospital, mas não posso deixar de dize-las...por que ele sempre esteve aqui....e sempre vai estar...


Comentários

  1. Depois de 15 anos, um amigo também deixou esta casa. Ela está repleta de novo, mas Mel e Tobias brincam num quintal que ainda não é deles. Ele se foi, o amigo peludo a quem, aos domingos, eu visitava no terraço pra lhe ensinar coisas, ainda que ele não aprendesse. Se foi o cara mau que atacava pessoas desconhecidas, mas morria de medo dos pintinhos que eu trazia pra casa do colégio, na Páscoa. Os pintinhos bicavam o nariz dele e o coitado do Spayk só corria. Esse era o nome dele, mal escrito, cheio de letras estrangeiras, por que quando eu o batizei, era muito pequena pra saber como se escrevia Spike. Devia ter uns 4 anos. É pena que tão bons companheiros como os cães durem, no máximo, 15, 16 anos. Se acontecer para o Venon, quando acontecer (espero que n seja agora), só n deixe fazerem o q fizeram com o Spayk: reclame o corpo, e enterre-o dignamente.

    Condolências e solidariedade da sua May,

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