é isso mesmo morganna, na mesma viagem, por varias vezes a cena se repetiu, mas ao invés de cães eram pessoas, aí, do nada, o freio do onibus prestava, sei que a vida humana é incomparável, mas exemplifico para mostrar que, se vc se importa, da pra evitar.
É cansativo estar só. Acho que essa era a frase que tentava dizer a tanto tempo. É seguro, é as vezes reconfortante, é quase sempre confiável guardar-se para si próprio. Falar quase sempre dá merda. Existe uma relação proporcional entre a importância do que se quer dizer com a merda que dá sempre que se diz. Por isso, na grande maioria das vezes é melhor não dizer... Mas é cansativo. Porque não dizer significa estar só com as consequências desse silenciar. Porque não dizer acaba dando aos outros o direito de fazer aquilo que você não quer fazer. Mas as vezes acaba doendo menos fazer do que dizer... É estranho, mas é.
O sol brilhava uma cor rosada, pintando o céu de laranja dando a tarde um ar de adeus. Aproximava-se o fim de mais uma tarde. A cor estranha e melancólica passava pelas venezianas da janela. Mesmo que não quisesse olhar, via através do espelho do guarda-roupas da filha, que a essa hora devia estar se divertindo na praia com as amigas do condomínio. Fugia da luz, fugia do adeus. Concentrara-se na tela preta do computador, preta, fosca, finita. Mas para que: Olhava com olhar de quem vê além, e via. Seu olhar atravessava as portas, as paredes e até mesmo os papéis do calendário. Se via com saudade. Saudade de risos felizes e sorrisos trocados, de confidências sussurradas e carinhos ofertados. Queria mais uma vez falar em amor, em carinho. Em sonhos que tiveram juntos. Sentira a brisa fria, a porta da rua fora aberta. Em silêncio ele se fora. Era hora dele enfrentar a realidade. Atravessara a soleira do quarto. Na cama, ainda de cabelos desfeitos e alça caída estava Júlia, a sua Júlia. Na
Era uma manhã de domingo como outra qualquer. Remexia papéis e cadernos velhos, procurava por referências, apontamentos e até mesmo uma dose de inspiração para as aulas que viriam daqui a pouco. Sempre vale a pena rever os papeis, sempre existem comentários esquecidos, anotações a serem repensadas e adaptadas para o presente. Contudo, não procurando, encontrei-me. Encontrei a mim mesmo de um modo que nunca fui mesmo tendo querido ser. Vi os rabiscos de fim de caderno, naquela última e surrada folha que recebia todo o descarrego das aulas enfadonhas, das tristezas de brincadeiras sofridas e até mesmo de amores não correspondidos. Vi-me toscamente rabiscado. Era um bombeiro de peito forte e cabeludo, tinha anos de corporação e voltara a cidade. Sim, voltara um herói. Ela reparava como tinha sido tola por ter-me deixado ir e voltava toda apaixonada e transformava o esnobado em carinho. Em outra era um diplomata, sonho antigo e ainda presente, noutro um astronauta, mais além,
Que tristeza! E o pior é que realmente eles nem sentem remorsos por isso, é como se tivessem passando por um pedaço de pau e não uma vida!
ResponderExcluiré isso mesmo morganna, na mesma viagem, por varias vezes a cena se repetiu, mas ao invés de cães eram pessoas, aí, do nada, o freio do onibus prestava, sei que a vida humana é incomparável, mas exemplifico para mostrar que, se vc se importa, da pra evitar.
ResponderExcluirnossa!!!
ResponderExcluirmuito triste...
é como se estivesse vendo essa cena na minha frente
fico feliz que vc tenha gostado. apesar de triste por lhe fazer sentir algo tão ruim...mas bem, foi o que tive o azar de ver.
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