Vício



Suspirou por entre os dentes cerrados.

Inflou o peito, arfou mais uma vez, largou o celular.

Abriu a geladeira...
- kkkkk, para com isso, vai.
- o que é que posso fazer? Adoro o seu sorriso!
- Sim, mas não pode...
É.... Que foi que vim pegar aqui mesmo.... Água, isso.

Bebeu um pouco, tentou refrescar a cabeça.

Pegou o celular.

Olhou mais uma vez para aquele número.
Não podia ligar, acabaram de se falar...

Lembrou do sorriso dela, sorriu.
Ela era a sua cocaína.
Mal o efeito da última conversa, da voz ao outro lado do telefone, o eco daquela rizada passada e já lá estava ele de novo e de novo pensando em ligar, em correr lá, em inventar alguma desculpa para vê-la.

Era um vicio, e ele o cultivava sem medo!

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