A mudinha
No meio daquele mundo de verde, de sol a pino e sono descansado saiu pra caminhar. Foi alí, no meio do mar verde, onde brotavam um conjunto de pedras escutou o chorar baixinho. Procurou até encontrar a origem daquele lamento tão frágil. Não foi surpresa alguma quando viu que vinha daqueles galinhos tão fininhos e mal tratados. Não precisou de muito esforço para entender, ela tinha sede, ela queria ser grande, ela queria crescer forte e frondosa, mas as pedras que se por um lado eram-lhe a casa, por outro lhe secavam o futuro. Amou-a desde o primeiro momento e a cada dia levava um balde com água, duas ou três horas de conversa e uma grande dose de fé. Cansou de ouvir as risadas pelas costas que o tinham como louco. Preferia fingir que não era consigo. Tinha mais o que fazer, tinha uma vida pra cuidar. Todos os dias ela o recebia com o mesmo sorriso meio triste, acanhada agradecia cada gota recebida e sempre, como um relógio cuco ao meio dia, quando o homem virava para ir embora ...