Tecendo o amanhã.
Escreveu, planejou, correu, alinhou, julgou, suspendeu,...
João Cabral de Melo Neto dizia que galo sozinho não tece o amanhã. Sua sorte era que o amanhecer era inevitável. Era uma força, uma potência da natureza imparável. Enganou-se todas as vezes que acreditava criar o amanhã. Ele sempre viria. Esforçasse-se ou não.
Era passageiro de uma viagem não programada para canto algum.
Mas era humano, demasiadamente humano. Precisava iludir-se com a ideia de que tudo fazia sentido. Por isso, implorava a Iansã, senhora dos ventos e das tempestades, traga as chuvas, a fúria a força e a valentia. Xangô meu pai, em tuas mãos a justiça, nas minhas, apenas os calos.
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