A jornada da Fé

O navio corria ligeiro. O silêncio imperava.
Não haviam motores ou explosões.
Havia a fé.
Seu percurso criava caminhos de poeiras brancas por onde passava.
Reparou por um acidente.
Nunca olhava para trás.
Até o dia em que olhou...
E por algum motivo resolveu voltar.
Voltou com tanta força que nem sabia mais se ia ou se vinha.
Alguma hora ia chegar.
Não sabia onde, não sabia porque, mas sabia.
Tinha fé.

A cada gota de fé que depositava, mais o barco andava. Acelerava com uma velocidade abissal.
Rodeado pelo negro do espaço tudo parecia perdido.
Mas não estava.
Só esta perdido aquilo que um dia pertenceu a alguém.
Ele nunca fora senhor do espaço.
Nem poderia.
O espaço não era algo a se possuir.
O espaço era...espaço. E só.
Mas ainda chegaria aquilo que ele iria conquistar.

Vez por outra, o navio até ficava mais lento.
O olhar esmaecia.
A cabeça parecia pesar.
Mas subsistia a fé.

Tinha fé de que um dia a jornada iria acabar.
A cada sopro corria mais um quadrilhão de léguas.
E sentia o sonho se esvair.
Mas a fé se sobressaia.
Iria chegar.
Mas nunca chegava.

Enquanto houvesse fé, sua jornada não teria fim.

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