Clichê em branco e vermelho
Era um puta de um clichê, mas era... então que seja.
A pele alva já lhe prendia a atenção.
Mas os cabelos vermelhos...
O fogo que prenunciavam era apenas uma
fagulha.
Dentro dos olhos banhados pelo sol, o
verdadeiro fogo se anunciava.
Era um fogo de vida.
Um fogo que consumia normas.
Que transformava em chamas pequenas regras
e convenções.
Um fogo que a fazia assustadora...
Assustadoramente bela com sua fome, de
ser, de possuir, de viver.
Era um puta de um clichê...
Os escritores já encheram milhares de paginas
sobre os cabelos vermelhos.
Madeixas que prenunciam sempre a magia...
da natureza e do sexo.
Os roteiristas de revistas em quadrinhos
sem pudor de se fazerem repetir colocavam a cor vermelha em todas as mulheres
prenhes de vida e de poder.
São uns filhos da mãe...
Corajosos apontam para o óbvio.
Até então parecia ser apenas um clichê.
Mas ela mostrou que era um puta de um
clichê.
Repetido, nada original, mas verdadeiro.
Queimava e se deixava consumir sem nunca acabar.
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