Querência.

Cansado de querer,
por um segundo queria deixar de lado essa querência,
que de tanto ser apenas um querer já tinha caras de sofrer.

Queria e sofria.
Era quase um mantra,
um escopo de sensações e de lição.
Sidarta Gautama tinha razão.

Querer é sofrer,
porque quem tem nunca se contém.

O pior de todos os quereres é o de parar de sofrer.

O querer nunca se sacia.
Muda o alvo desejado, mas nunca deixa de desejar.

O desejo é a fonte de toda a dor.
Por querer não ter mais, sempre tinha.
Dentro da cabeça e do coração.
Era um jeito triste... mas era assim que tinha.

Aquele que nada quer tudo tem.
Aquele que tudo quer, nunca tem nada.
Ao que vive por um desejo: uma gaiola de lembranças e sonhos.
Está sempre preso pelos pés e pela cabeça.
Seu passado e seu projeto de futuro o engaiolam.
Ao que consegue não querer.
O flanar é o prêmio.
Circula livre pelos corpos, pelas almas... por outras gaiolas.


Querer é sofrer.

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