Eternos?

Só essa semana era o décimo quarto caso de suicídio na área de Menelau.
Pela décima quarta vez não havia carta de despedida.
Não se sabia ao certo o motivo da atitude.
O sistema médico era bom.
Nunca viveu-se tanto.
As crianças mal conseguiam acreditar quando a professora falava na escola que há menos de setenta anos as pessoas no país tinham a expectativa média de vida de 70 anos.
Hoje, espera-se pelo menos dez anos a mais que o dobro disso.
Vencemos a barreira do primeiro século.
Alguns cientistas apontam para a possibilidade de termos ainda nessa década os primeiros casos de pessoas com mais de oito quartis de vida.
Contudo, nunca as pessoas mataram-se tanto.
Temos tempo para tudo.
Controlamos muito bem a natalidade.
Mas ainda não sabemos ao certo as causas da mortalidade.
Não as causas das doenças, essas conhecemos bem, e controlamos a grande maioria delas.
Não a causa da violência urbana, conseguimos medidas bastante positivas nessa área.
Nunca estudamos tanto.
Nunca viajamos tanto.
Nunca trabalhamos tanto.
Mas também, nunca nos matamos tanto.

Será que a vida não é para ser estendida tanto?
Será que erramos a mão em buscar a permanência eterna sobre a Terra?
Será a destruição parte da nossa natureza e nós escolhemos aboli-la?
Será?

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